2 de dezembro de 2010

Chegar

Como já não é novidade pra ninguém eu adoro viajar e graças a Deus tenho a oportunidade de viajar frequentemente, mas melhor que viajar é chegar! Eu adoro chegar! Adoro chegar na cidade escolhida pra passar uns dias e adoro chegar em casa. O chegar pra mim tem um sabor muito especial porque ele é cheio de expectativas, de desejo, de planos!

Chegar a cidade destino é especial, principalmente se é a primeira vez que o lugar é visitado. É sair do aeroporto (Taiwan é uma pequena ilha e não faz fronteira com absolutamente nenhum país, então pra qualquer viagem é necessário recorrer a invenção de Santos Dumont), pegar um táxi, tentar sofrivelmente explicar o nome do hotel, caso o motorista não fale inglês, chegar ao hotel, explorar o espaço, tomar um banho e ir descobrir os aromas, as cores, os ventos e os caminhos que me levam!

Chegar em Phnom Phen foi mais que especial. Chegar e ver meu querido amigo Bino me esperando no aeroporto com um lindo e sereno sorriso naquele rosto familiar que me remete a tantos, momentos da minha vida, foi maravilhoso!
Eu estava com aquela sensação de que é bom demais pra ser verdade e era verdade! Meu Deus! É claro que as lágrimas escorreram pelo meu rosto, não deu mesmo pra segurar apesar que eu não fiz nem um esforço pra tal.

Morar longe de casa, faz a gente ficar ainda mais nostálgica e a coisa complica pra uma boa canceriana! Eu adoro morar aqui, mas eu sinto muita falta de caras, vozes e língua que me falam ao coração. E tem dias, vários dias, que pinta aquela pergunta...mas e aí, vale a pena morar tão longe das pessoas que a gente ama tanto? A resposta pra essa pergunta é bem volúvel e depende demais do grau de saudade que coração se encontra. Por outro lado, morar aqui na Ásia é uma experiência riquíssima e quando um amigo de infância vira "vizinho"...é bom demais da conta! É como se a gente chegasse em casa e bebesse água do filtro e visse o Cruzeiro do Sul.

Então, eu tô escrevendo sobre o que mesmo? Fibro-fog tá pesado hoje! Fibro-fog? Yep, é um dos defeitos colaterais da fibromialgia que nesse caso se "resume" a vários problemas cognitivos e junto vem aqueles brancos que antes eram ocasionalmente, hoje são uma constante. Aí a memória presente vai pro beleléu, concentração e foco vão pro ralo e por aí vai. Um dos mais engraçados momentos de Fibro-fog que já tive até hoje foi juntar toda a tralha pra ir a praia, dirigir quase 1 hora e quando chegar lá perceber que não estava de biquíni!

Bão sô... deixa eu ver se eu retomo....

Algumas horas mais tarde...enquanto eu guardava as roupas que chegaram da lavanderia...

Eu estava divagando sobre o chegar... Deus do céu, hoje tá brabíssimo!

Eu tenho alguns rituais que me fazem entender que eu cheguei. No Brasil eu somente me sinto "chegada" quando eu bebo água do filtro e vejo o Cruzeiro do Sul, como eu já mencione. O Cruzeiro do Sul é imprescindível depois de tanto tempo morando no hemisfério norte. O legal é chegar na Nigéria e ver essa constelação tão "brasileira". É realmente um sinal de boas vindas vindo do Universo.

Chegar em casa, onde eu moro com minhas poucas tralhas, é um conforto por algumas razões e uma delas é simplesmente o ato de chegar, de voltar, de estar viva. É que eu ainda tenho vapor de avião, fazer o que né? O trem quando nasce pra ser torto não se indireita jamais!

O simples ato de abrir a porta e entrar dentro da casa que me protege, que me acolhe me emociona muito. Ver que minhas plantas sobreviveram ao descaso, que a minha cama me espera, que o meu banheiro me chama...é muito muito bom!
A última coisa que faço, quando vou viajar, antes de sair e trancar a porta, eu vou em cada cômodo e digo que eu volto e quando eu chego eu volto a cada cômodo e digo que cheguei. Parece tolo, mas pra quem mora praticamente sozinha é algo que acalenta...

Depois que a D. FM(leia-se Fibromialgia), além do vapor de andar de avião eu também tenho que lidar com o incômodo e desconforto de ficar na mesma posição por algumas horas o que  piora um pouco o quadro. Mas aí entra a maravilha de morar em Taiwan: SPA!

Ciara, a melhor massagista do mundo, fazendo piada
Minhas meninas comemorando o aniversário da Ciara! Levei a festa pro SPA


Chegar em casa é também me jogar nas mãos da poderosa Ciara que alivia minhas dores e me põe de pé de novo, isso sem contar que as meninas do SPA são minha família aqui, com quem eu posso contar sempre e pra sempre! O que é completamente o oposto da bela Suíça onde a brasileira aqui com cara de moça latino americana (Amém), sem dinheiro no banco e sem parentes importantes não fez nenhuma amizade sequer. E olha que eu tenho amigos no mundo todo e faço amizade facilmente por qualquer lugar que passo, independentemente de falar a língua ou não! Mas lá, o trem não vingou, pra mim. Pro Pê sim, porque ele tem cara de Europeu e é branco-rosinha! Um dia eu conto mais sobre isso!

Então chegar em casa é uma benção, ter casa pra chegar uma benção maior ainda e chegar também preparar pra próxima viagem! hehehehe
Pê chegou na terça e na quarta já foi pra China e assim que ele voltar a mala já estará pronta porque Malásia, lá vou eu!

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