27 de janeiro de 2011

Nigéria, oeste Africano!

Os geradores estão gritando sofrívelmente há dias, com apenas algumas horas de descanso. O barulho é ensurdecedor, e as vezes, muitas vezes, é preferível o calor empoeirado pelos vários meses sem chuva que a delicia de um ar-condicionado ou ventilador espantando o suor.

O barulho das buzinas dos milhares de carros e motos se misturam com o volume altíssimo da música que vem de todos os cantos, de todas as TVs. As vozes sempre alteradas tentam ganhar o ouvido do outro, enquanto os vendedores gritam se debatendo na tentativa de vender seus produtos. E tudo acalentado pelo choro histérico dos geradores.

Lagos, Nigéria, oeste africano!


Pessoas andam de um lado pra outro tentando encontrar o próprio destino, e as andanças começam as 4 da manha e parecem que não param nunca! Uma perseguição sem fim e sem meta.  As vans amarelas em terrível estado de conservação, estão cheias as 4 da manhã. A poeira sufoca as 4 da manhã. No meio disso, o contraste das roupas multi-coloridas da população Nigeriana e os imensos turbantes usados diariamente pela maioria das mulheres parecem que dão esperança a uma vida que esta por um fio.

As crianças jogam futebol, tentando escapar dos profundos buracos e do lixo deixado nas ruas.  Nos tampões das valas de esgoto, mulheres fazem tranças uma nas outras, se embelezando para seus amores. As igrejas evangélicas dominam a cena, e estão sempre lotadas com seus fieis implorando a Deus por dinheiro. Dinheiro é a coisa mais importante na vida de um Nigeriano. Eles dizem que com dinheiro, eles compram felicidade, amor, saude e todo o resto.


Os mercados de rua e lojas se confundem num emaranhado confuso mas vital pra realidade local. Todo espaço é ocupado na luta diária da sobrevivência desse povo sofrido, guerreiro, forte, alegre e extremamente otimista.

Na televisão, a musica Nigeriana impera e os Yoruba mantêm seus rituais através de filmes, músicas e novelas que retratam a realidade deles, cheia de vudu e mandingas!.

Arroz com molho de tomate é a comida de todo dia. Arroz e molho de tomate, mais nada. As vezes um peixe seco, deixado ao ar livre por dias ou um pedaço de frango é servido. Não importa o local, o evento ou a hora, arroz com molho de tomate esta sempre presente. As vezes uma fruta aparece timidamente na banca de algum vendedor, mas é raro e muito caro.


Água não tem. Água encanada ainda é uma raridade nas casas de classe média. A cisterna é uma constate no dia-a-dia desses homens e mulheres que trabalham num descompasso frenético quase que 24 horas por dia. Eletricidade também não tem, nem mesmo nos bairros ricos da Ilha de Vitória onde os estrangeiros e Nigerianos ricos vivem. Eletricidade no sexto maior país produtor de petróleo do mundo, ilumina casas e vidas somente 2 ou 4 horas por dia, ou nem isso!

Assim é Lagos e assim é a Nigéria pra mim. Um país, uma cidade, um povo do oeste africano!

3 comentários:

Natalia (Chantepie) disse...

Leandra,

Adoro seu blog!!! esta postagem eh otima, me faz me sentir la no meio desse povo, desse calor, desse barulho! Da vontade de te acompanhar nestes caminhos maravilhosos deste mundao.
Beijos pra vc!

Natalia

Anônimo disse...

Oi Leandra,

Como vai?
Estou precisando de dicas!
Pensei em ir pra Malasia e levar as meninas...acha que eh um bom lugar para turismo de familia?
Tem dicas pra me dar?

meu email: natpalazzo@yahoo.com.br

bjs,

Natalia

Caminhos Que Me Levam disse...

Oi Natália!

Cheguei agora de viagem, depois de mais de 2 meses fora de casa.
Amanhã eu te mando um e-mail.

Brigada pela visita.

Beijos