4 de maio de 2011

Juntando os pedaços

Não me lembro se eu comentei por aqui, minha memória quase que foi pro ralo completamente, mas graças a Deus parece que tem uma esperança no fundo do poço de que ela volte firme e forte! Amém!

Bom, o que eu não me lembro se comentei foi sobre como cheguei aqui em Taiwan há 3 anos.
A gente morava na Suíça onde o Pe era cientista em um Cooportate Research de uma empresa de lá. Aí ele foi convidado pra vir trabalhar aqui e como a beleza da Suíça nunca encontrará o coração do povo daquele país, a gente se mandou pra Ásia. Só que...eu iria voltar pra Europa, pra França pra ser mais específica!

Eu ficaria por aqui só por uns meses até arranjar tudo pro Pe e depois iria pra França fazer doutorado! Então vim quase que de turista! Desmontei acampamento e deixei minhas tralhas, digo, minhas coisas, no porão do apartamento de um amigo. Na Suíça os apartamentos tem um cômodo até grande no subsolo onde se guarda tralhas, vinho, etc... No meu eu guardava o que não tinha espaço adequado no apartamento como malas, roupas de inverno e/ou verão, dependendo da estação, enfeites de Natal e por aí vai. Bom, não incomodei tanto o meu amigo e a família dele tendo minhas coisas por lá por tanto tempo. Valeu Paco!

Então, como a ida pra França furou devido a morte do meu futuro orientador, eu fui que fui ficando e nunca fiquei tão feliz por ver um planejamento não dar certo. Normalmente achamos que só ganhamos quando ganhamos...mas na verdade a gente ganha muito perdendo também e eu fui incluída nessa filosofia de butequin!

Ainda na Suíça, arrumando a mudança, eu desmontei minha "little cute home" em 3 setores:
  • coisas que  iriam pro Brasil, num container
  • coisas que viriam pra cá, com o Pe
  • coisas que ficariam na Suíça pra depois serem levadas pra Lyon, França
Nas coisas que foram pro Brasil estão móvies, roupa de cama-mesa-banho, todos os meus milhares de CDs e todos os livros que não serviriam especificamente para o doutorado, todo os souvenirs adquiridos nas viagens, todos os utensílios de cozinha e eletrodomésticos, quadros, tapetes, cestos, etc... Ou seja, mudança!

Nas coisas do Pe, todas as roupas, livros, CDs e tralha pessoal. O Ele é minimalista!

E o que ficou na Suíça...70% das minhas roupas, sapatos e bolsas. Todos os livros que eu poderiam usar no doutorado, alguns souvenirs que me são mais queridos, alguns quadros e a tralha pessoal que somaram 10 caixas.

Quando nós mudamos dos Estados Unidos pra Suíça, nos contratamos uma empresa pra fazer todo o serviço. Eu, totalmente na ignorância, achei que iria ficar de longe assistindo or supervisionando e nunca me arrependi tanto de algo. Como muito bem disse minha mãe, pra empresa é só mais algumas caixas, mas pra mim...pô, eles estavam embalando e carregando a minha vida. Nunca mais deixarei essa história repetir!

Então na Suiça, a empresa somente embalou os móveis e todo o restante fui eu com uma ajuda esporádica do outro morador da casa. Organizei tudo, cômodo por cômodo, sem stress! Tá bom, sem muito stress e com o devido cuidado que minhas coisas mereciam, afinal estavam comigo ali na lida por mais de 4 anos!!






Resumindo....Aconteceu que não voltei pra Europa e não sei porque, minhas coisas acabaram ficando por lá por tanto tempo. Eu me sentia despedaçada como disse minha amiga Giovana. Estava com coisas no Brasil, na Suiça, em Taiwan, trabalhando na Nigéria, estudando na Austrália e Irlanda. Ufa!

Sério mesmo, eu me mudei pra cá somente com uma mala de roupa e fiquei assim, durante 3 anos até que resolvi falar com o Pe que eu queria reunir minhas coisas num único espaço, que seria aqui em Taiwan, onde é a minha casa.

Como que uma canceriana vive sem as caixinhas, os trenzin que eu gosto tanto? Eu sou barroca, não tem jeito!

Demoraram mais chegaram! As caixas chegaram 3 dias depois que eu embarquei pra Nigéria, janeiro passado e só fui abri-las em março, quando cheguei do Brasil. O que importa é que as minhas tralhas estão novamente comigo e meu lindo Kilin Gabbeh também que eu trouxe do Brasil dentro da mala! Esse tapete tem o passaporte bem carimbado!

Parece que estou juntando meus pedacinhos... Foi extremamente prazeroso abrir caixa por caixa, revendo e cheirando meus livros, separando as roupas que já não usaria mais, limpar meus sapatos e bolsas...e as caixinhas, as várias caixinhas com meus badulaques que adquiri pelos caminhos que me levam. Ai que saudade de mim que eu estava!

Foi e está sendo muito bom, juntar meus pedaços e começar de novo outra vez. Taí algo que sei fazer bem, começar de novo. E pior que quando eu começo de novo é num país estranho, com gente estranha e língua estranha. Mas aí é que mora a beleza desse incansável começar. É tornar o país estranho sua casa, a gente estranha, seus amigos e a língua estranha....well, no caso do Mandarim, será língua estranha por muitooooo tempo!

3 comentários:

Nana disse...

Boa sorte no seu recomeço!
Mamarazzi Week, dicas de blog e presente de dia das mães.
E uma homenagem especial!
Confira!
Bjs e fik c Deus.

Caminhos Que Me Levam disse...

Brigada pela torcida!
Na verdade a gente recomeça todos os dias né, assim como o grande sol!

Então, eu fico tão perdida com o Dia das Mães porque não é uma data unificada. Aqui em Taiwan onde moro foi domingo passado, na Nigéria onde trabalho foi em Março. Mas tô de olho! :)

Beijos e fique com Deus tb!

Taia Assunção disse...

Hehehe...tive que rir com o comentário sobre o Mandarim e eu aqui reclamando do Francês. Mulher, sei bem como é esse lance de empresa de mudança. Também enviamos nossas tralhas da Zâmbia para o Brasil, mas pude contar com a ajuda das filhas e isso me deixou mais calma. Quando chegou em Minas tive que enfiar duas casas dentro de uma pois ainda não tínhamos a casa da Bahia, depois de um ano a compramos e aí pude esvaziar um pouco a casinha onde as filhas moram. Aqui no Congo mantenho objetos pessoais, a casa é da companhia e isso facilita minha vida. Mas essa sensação de encontrar-se abrindo caixas e reconhecendo cheiros é realmente muito boa. Beijocas!